Mulheres



INTENSAMENTE, DESCORTINANDO, EXPERIMENTANDO, VIVENDO

https://www.facebook.com/mariantonia.r.rodriguez Maria Antonia Ramirez Para mis hijas y las amigas de mis hijas... Para mi, mis hermanas, mis primas, mis amigas... para todas las que no hemos abandonado a nuestra niña interior. BabyTeen Art, by me!


Se me perguntarem uma característica minha, com certeza direi a intensidade, eu me reconheço como uma pessoa intensa, meus pensamentos, desejos, projetos, ações estão envoltos em uma intensidade que me faz ver e sentir com grande força.
Entendo que esta intensidade é o sentir e a entrega  profunda ao trabalho, às relações, ao organizar minha casa ou cozinhar. Posso sentir e me emocionar com a beleza da natureza, o espetáculo do nascimento de um bebê, casais se olhando ternamente. A alegria, o amor, a esperança tocam a minha alma, meu corpo sente vibrações agradáveis, meu peito aquece, os olhos vertem lagrimas.
Mas a vida também é de momentos difíceis e doloridos, minha intensidade me leva de frente, sem véus que encubram ou disfarcem a tristeza, a angustia e a saudade. 
Muitos se surpreendem com esta minha intensidade, seja a alegria ou tristeza, e logo alertam "não precisa de tanto", " vai com calma", ou seja a mensagem sublinhar é "se proteja, se esconda, crie uma casca onde você nem ninguém possa desnudar a alma, as emoções e sentimentos". Há um grande medo do sentir, da entrega, e assim as pessoas se fecham e endurecem.
Escolho a intensidade, estou convicta que para "viver a vida" tenho que me entregar aos sentimentos e emoções, necessito estar com a minha alma e corpo sentindo e desbravando tudo o que vem, me descobrindo e redescobrindo, mergulhando e voltando a tona, só assim cresço, amadureço e me torno um ser melhor.
Para mim isto é "viver a vida", minha existência será sempre intensa, sairei da vida com a certeza de ter vivido, não será em vão. 



Permita-se



Estamos vivendo um momento em que mulheres pelo mundo todo estão questionando um movimento da sociedade que deseja limitar locais de amamentação dos bebês, pois esta cena pode causar alguns malefícios aos que presenciam, e as justificativas são inúmeras. No Brasil mães se uniram e organizaram um movimento chamado "mamaço" que tráz a mensagem de que a amamentação é um ato natural e direito da criança, que esta deve ser alimentada na hora em que quiser.
Casais homossexuais são agredidos verbalmente e moralmente, e há os que acreditam que estes devam ser banidos da sociedade. Alguns possuem propostas de proporcionarem a cura a estas pessoas, isto significa que são vistos como doentes, causa incomodo,  é um perigo para toda a sociedade.
Quando as crianças manisfestam seu carinho pelos amigos, a escola e os pais já ficam logo observando, todos temerosos com o comportamento destas crianças, tentando rotular o que pode e o que não pode, percebo um grande alvoroço entre os adultos.
Os adolescentes estão em uma época em que necessitam experimentar, criar asas e voar. Nesta fase todos são amigos eternos, declaram amor, estão sempre abraçados e aos beijos.E mais uma vez são observados se estão enquadrados ou não, pois teriam que estar se preparando para o vestibular e não gastando o tempo com futilidades. 
Frente a tudo a mídia nos apresenta mulheres semi nuas movimentando seus corpos na tela da televisão, musicas com letras e coreografia, que as crianças imitam, ofendem mulheres e banalizam o sexo. Festas populares cheias de imagens com corpos semi nus, peitos das mulheres totalmente descobertos. Estas cenas podem, isto não incomoda, não envolve sentimento.
A nossa sociedade está doente, pautada no patriarcado que sustenta a rigidez, a inflexibilidade, o fazer, o ter. Acredito que o incomodo não é o erotismo, o nu, a homossexualidade, o grande  incomodo é o afeto, o carinho, o amor.
A meu ver a cena de um bebê mamando, a troca de olhares entre a mãe e o filho são de uma dimensão de entrega e encontro que não consigo mensurar. 
Se nos deixarmos observar casais namorando, seus toques sutis e olhares: crianças correndo, rolando, rindo se abraçando: as altas gargalhadas dos adolescentes e todo afeto que permeia o grupo  poderemos acessar dentro de nós uma profunda paz e crença na vida.
Não sabemos sentir,viver, amar. Estamos todos no controle das emoções, fortalecendo nosso intelecto, banindo e rejeitando cenas amorosas, o afeto do outro denuncia o quão longe estamos de nós mesmos.

Permita-se às cenas amorosas
Permita-se-se abrir
Permita-se sentir
Permita-se amar


Ventre Que Cria,  Ventre Que Ama ,Ventre Que Tem Vida




Não sei precisar o momento em que entendi que por ser Mulher poderia deixar crescer em meu ventre um filho, uma Vida. Em minhas memórias mais remotas o que encontro é a certeza que me tornaria mãe
 Esta é uma das grandes belezas de ser Mulher, é ter um corpo e alma capazes de receber, acolher, germinar e cuidar. Toda esta sensação e certeza começa com o útero e se expande por toda nossa experiencia com a vida.
A cena mais tocante que tenho estou no quarto de meus pais de frente a um espelho que repousa sobre a comoda, este espelho reflete os móveis brancos do quarto e uma janela aberta que permite a entrada dos raios de sol. Esta luz invade o quarto e uma leve brisa faz com que a cortina se mova como uma dançarina.
Vejo-me refletida no meio deste quarto, estou usando um macacão branco e muito largo, o que me permite brincar, criar possibilidades e imagens.
Sobre a banqueta da comoda algumas peças de roupa me inspiram. Tomo-as todas, coloco-as dentro deste largo macacão, e então surge no espelho a imagem da silhueta de uma barriga grávida,
Era o que eu via em minha imersão no mundo imaginário da infância. Me deliciei com esta imagem. Tão bela, tão certa, tão plena eu estava. Neste dia descobri que esta seria minha grande e esperada jornada, seria o meu destino, em meu ventre a vida cresceria.


Ventre vivo
Ventre amado
Ventre que cria

Cria vida
Cria força
Cria amor



Receber, Acolher e Gerar
O beijo Klint
O Beijo - Gustav Klimt


Dentre minhas memórias aflora uma imagem em que meus pais estão em pé ao lado da porta do meu quarto, eu e minha irmã estamos paradas ouvindo o que minha mãe dizia. 
Minha mãe estava  grávida,  e o assunto era o bebê que crescia em sua barriga, estávamos  cheios de duvidas e ansiedade, e é bem provável que eu e minha irmã questionamos nossos pais como aquele bebê foi parar dentro do corpo de nossa mãe.
De uma maneira amorosa e simples ela nos fala sobre o encontro sexual entre um homem e uma mulher. 
_ O pintinho do papai entrou na vagina da mamãe, e deixou uma sementinha, que cresceu e virou um bebê.
A beleza foi o fato de estarem os dois juntos e assim não ficou uma simples explicação técnica, eu via ternura, eles sorriam. Aprendi neste dia que o ato sexual não é somente uma técnica, mas um momento de amor, entrega, alegria e prazer.  
Lembro-me claramente da identificação com a mulher, neste dia mais um portal se abriu para que eu me aproximasse do saber Ser Mulher. Entendi que um dia mais tarde  meu corpo e minha alma estariam prontos para receber, acolher e gerar.
Como mulher recebemos e acolhemos o pênis, a vida, as alegrias, as sensações, emoções, os amigos, as dificuldades, as alegrias, as dores. Ainda geramos os filhos,o pão, o alimento,  os desejos, as idéias.  
Ser Mulher...receber, acolher, gerar.




   


Ser Mulher

Par de Brincos da Minha Avó
Ao inciar este Blog sabia que um dos temas que iria abordar seria Mulher, por que é uma constante em minha Vida e me trás plenitude , e este revelar foi permeando todo meu trabalho como terapeuta até hoje.
Fiquei pensando quando foi que eu me descobri sendo uma mulher, e a imagem mais remota que tenho acesso estou com um pouco mais de dois anos abrindo uma porta de guarda roupa, dentro vejo frascos maravilhosos contendo líquido amarelado, chamado perfume, um pouco atrás destes frascos encontro um volume com fios loiros, mais tarde entendi que o nome deste fios tão sedosos é peruca, adorno usado por mulheres no fim da década de 60. 
Este cenário é perturbador, sou levada a apanhar um frasco e os sedosos fios loiros, abro o frasco, sinto um aroma maravilhoso e jogo sobre meu corpo gotas tão doces, toda esta experiência foi encantadora.
A próxima cena vejo minha mãe ao meu lado me observando. Sorte a dela que chegou antes que eu jogasse todo o perfume sobre mim e a peruca que estava em minha outra mão.
A cena e a sensação que ainda sinto me permite ter a certeza que naquele momento estava me identificando com as mulheres a minha volta e as copiando, eu era uma mulher e queria fazer parte deste clã. 
Cresci em uma casa com muitas mulheres, e bem próximo tinha primas, tias e avós, o meu universo da infância e adolescência  foi junto às mulheres,quando se reuniam eu ficava ouvindo atentamente, fui descobrindo as dores e agustias que passavam, mas também pude estar próxima da energia feminina do acolhimento, flexibilidade, a criatividade aparecendo no artesanato e na culinária.
Tive duas presenças acolhedoras com uma energia bela e delicada, própria do feminino, minha mãe e minha madrinha, já minha avó me trouxe uma energia feminina que se envolve com a terra, que me ensinou onde buscar o alimento para o corpo e para a alma.
A imagem que postei no incio são um par de brincos que minha avó usou por toda sua vida, e que para mim representam essa força criadora, acolhedora, e transformadora.

 Onde está sua força criadora e transformadora?






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